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01/07/12

CARTILHA DO POVO

Manuel Joaquim
José Joaquim Pereira Falcão (1841/1893)


Como diz António Arnaut, no excelente trabalho “Evocação de Trindade Coelho”, que teve por base a sua intervenção em Mogadouro, em 9 de Agosto de 2008, no centenário da morte do grande Escritor de “os Meus Amores”, “Parece que nada mudou nos últimos 100 anos!...”

A população do país, nos finais  século XIX,  era em número significativamente inferior ao de hoje, a maior parte era analfabeta e ignorante e só nos grandes centros, Lisboa, Porto e Coimbra e pouco mais, é que havia gente letrada e com informação.  “No início do último quartel  do século  XIX mais de quatro quintos da população portuguesa não sabia ler, escrever e contar”.(Prof. Doutor Amadeu Carvalho Homem).

Mas foi precisamente nos anos 70, do século XIX,  naquelas condições de analfabetismo e de ignorância, que se iniciou a propaganda organizada  em defesa da República, não esquecendo que já vinha de trás ideias alternativas à monarquia, apresentadas em 1848 pelo chamado “Triunvirato Republicano”, formado por António de Oliveira Marreca, António Rodrigues Sampaio e José Estêvão de Magalhães. 

Muitos escritores notáveis,  denunciam, das mais diversas formas,  o agonizante regime monárquico, a  situação social e política que se vivia. Júlio Dinis denuncia “que o fanatismo prostra”.

É curioso que as denúncias das situações que afectam a sociedade portuguesa nos fins da monarquia,  são já denunciadas, num tempo histórico diferente,  nas sátiras sociais   de Gil Vicente, escritas nas primeiras quatro décadas do século XVI. 

Mas neste tempo de revolução republicana, é um trabalho organizado que está em marcha, através de associações sindicais, culturais, de socorros mútuos, de dirigentes e partidos políticos, desenvolvendo um trabalho extraordinário de divulgação dos novos ideais republicanos através de assembleias, de conferências,  de reuniões e com a publicação de jornais, panfletos, brochuras e outros materiais de propaganda. 
 
Um exemplo disso, para fazer chegar os valores da República ao maior número de pessoas possível, José Falcão, que foi oficial do Exército, fez publicar 1884, anonimamente, um livrinho extraordinário, utilizando o diálogo, com uma linguagem muito simples, entre um João Portugal e o Zé Povinho, que foi a Cartilha do Povo.

Como “parece que nada mudou nos últimos cem anos”, poderá ser útil e oportuno dar a conhecer aqui a Cartilha do Povo, de José Falcão. 


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