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01/07/13

TUDO ESTAVA PREVISTO

António Mesquita

"Ela estava sobriamente vestida com as suas mãos."

(San-Antonio)

O ministro das finanças disse que tinha chegado a hora do investimento. Agora é que era o momento, segundo o plano. Tudo está previsto desde o início. Apesar das aparências, a crise está a ser vencida. Mas sejamos 'sóbrios', não é caso para regozijo. Estamos apenas a aplicar a melhor receita, sem enviesamento eleitoralista.

O ministro das finanças ficou até zangado quando insinuaram que ele estava ali com um mandato conferido democraticamente. Não, ele era apenas o mais competente para aquela solução. "Eleito, coisíssima nenhuma!", terá dito.

Estamos no direito de pensar que caímos na ratoeira 'europeia', atrás de um apetecível naco de queijo. Naomi já disse tudo. É preciso uma espécie de cataclismo para se impor a 'revolução ao contrário', não em nome de uma abstracção como o povo ou a humanidade, mas em nome da coisa mais concreta que existe: o poder, e o poder mais versátil de todos, que não conhece fronteiras ideológicas, e que é um deus que foi capaz de sobreviver a mais de dois mil anos de cristianismo e ao massacre dos usurários do Guignol germânico: o dinheiro.

Os que nos tiraram da ratoeira são os mesmos que a armaram. Eles não nos querem mortos. Para que serviríamos?

Foi assim que o ministro das finanças nos salvou do estrangulamento apenas para aplicar, a tempo, a golilha e a grilheta.

Tudo estava previsto.

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