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01/06/14

OS PRÉMIOS

António Mesquita

Thomas Bernhard

 

"(...) Porque um prémio é sempre atribuído por incompetentes que querem mijar em cima do recipiente."

(Thomas Bernhard)

O que podemos responder a uma declaração como esta? Que não se esperava outra coisa de um austríaco zangado com a sua pátria? Que muitas vezes é verdade que a cerimónia obedece a um formalismo sem alma levado acabo por verdadeiros funcionários, ou que é providencial, em todos os sentidos, que Van Gogh, por exemplo, não possa assistir aos leilões onde as suas obras atingem valores pelo menos indecentes?

Mas não há nada que nos indique que o alvo do escritor seja a mercantilização da arte. O que ele aparentemente diz é que não pode haver 'avaliadores' sinceros da obra de um artista. Não lhe ocorre evocar os louros do poeta antigo ou a coroa de oliveira do atleta em Olímpia.

Sabemos, por outro lado, quanto os prémios 'encorajam' certos artistas que neles vêem uma espécie de reconhecimento (eles não estarão por cá quando a posteridade julgar 'em definitivo' aquilo que ele criou...).

Porquê, então, o excesso de linguagem? Não sabemos nós, porém, quanto as posições 'fortes' ajudam a 'saliência' que passa, às vezes por estilo? Sobretudo, quase sempre, estão em vez do 'movimento natural' que está na origem das verdadeiras ideias.

 

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