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01/10/15

TEMPOS CONTURBADOS




Manuel Joaquim




O Papa Francisco

O Papa Francisco, na viagem que efectuou a Cuba e aos EUA, numa das suas intervenções públicas, referiu-se a que o mundo está a sofrer a terceira guerra mundial, faseadamente. O presidente da Bieolorrússia, Lukashenko, no discurso que fez na Assembleia Geral das Nações Unidas, disse que o mundo está a caminhar para a terceira guerra mundial.

A partir deste mês de Outubro deixam de existir ligações aéreas entre a Ucrânia e a Rússia. Continua a haver uma grande concentração de material bélico muito sofisticado, especialmente nos países da Europa Central e do Leste.

No Médio Oriente, a guerra entrou numa nova fase. A Rússia, em apoio às autoridades da Síria, enviou aviação, mísseis, tanques e pessoal militar para combater terroristas que são municiados por países inimigos da Síria. Foi formado no Iraque um comando operacional conjunto pela Rússia, Iraque, Irão e Síria para coordenação das operações militares. O discurso de Putin na Assembleia Geral da Nações Unidas foi claro sobre os problemas do terrorismo e da Síria. Obama organizou uma reunião com representantes de países fora das estruturas da ONU que não foi bem aceite. A CNN refere que Obama foi secundarizado e ultrapassado. A França, pela primeira vez, fez um ataque aéreo a território da Síria sem respeitar a sua soberania. A iniciativa da Rússia perturbou os países ditos ocidentais, fortemente interessados na alteração política na Síria com vista a manter os seus interesses imperiais na região.

As tentativas para derrubar os governos do Brasil, da Venezuela, da Argentina e outros mantêm-se, apesar de terem sido eleitos segundo as regras da chamada democracia ocidental e suficientemente fiscalizadas internacionalmente. 

Em contraponto ao atrás referido, é de saudar o início de relações entre Cuba e os EUA com um papel muito importante desempenhado pelo Vaticano e pelo próprio Papa, reconhecido por ambas as partes. Como é de saudar as negociações que ainda estão a decorrer em Cuba entre as FARC e o governo da Colômbia, para pôr fim à guerrilha mais antiga do mundo que envolve muitos milhares de combatentes directos e indirectos, e que certamente vão chegar a acordo. Outros conflitos existentes entre países da América do Sul, nomeadamente de fronteiras, estão a ser negociados pacificamente.

Duas guerras mundiais tiveram como principal cenário a Europa. Viveram-se 50 anos de paz depois da 2a. guerra mundial. Entretanto os ventos da guerra chegaram através da ex-Jugoslávia. A comunicação social dominante não informa com isenção nem divulga os valores da Paz. É importante que as pessoas defendam um mundo sem guerras e em PAZ.

Estamos em plena campanha eleitoral. Ontem, na Antena UM, ouvi que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, mandou dar uma "martelada" nas contas da empresa Parvalorem que gere valores do ex-BPN. As justificações e comentários feitos pelos próprios intervenientes, dados a público em diversos jornais, confirmam que, na verdade, houve "martelada" nas contas. Alguns comentadores ficaram zangados com o termo "martelada".

Sorri. Sorri pelos comentários dos comentadores. Para quem não sabe, "Martelada" é da gíria dos contabilistas, há muitos anos, quando fazem alterações de resultados nas contas das empresas. A maior parte são ignorantes e não sabem como se "fazem" os resultados nas grandes (e outras) empresas nem como são administradas.

Quantas empresas branqueiam (ou agravam) os seus resultados para atingirem os seus objectivos, mesmo com a existência dos órgãos legalmente estabelecidos para fiscalização, designadamente, Conselhos Fiscais, Conselhos Gerais, auditores internos e externos, e com instituições de supervisão? Quantas sociedades anónimas realizam, efectivamente, as respectivas assembleias gerais de accionistas? E as que realmente se realizam como funcionam?

O que se está a passar com a falsificação dos motores dos carros do grupo VW? Anda o mundo inteiro a tomar medidas contra a poluição, aplicam-se multas a empresas e países, são retirados dos mercados produtos poluentes e aparece agora (desde há anos) o maior fabricante mundial a contaminar o ambiente e a fazer concorrência desleal aos outros construtores e a impor-lhes restrições que não cumpre. E os carros fabricados em Palmela (EOS) exportados para a China e que as autoridades locais já mandaram recolher por problemas detectados na coluna de direcção e que até agora não foram objecto de grande notícia. É a lógica do lucro, do lucro máximo, não olhando a meios para atingir os objectivos do grande capital. É o sistema a funcionar. O governo alemão já veio a público dizer que está perante actos criminosos, que serão julgados.

Num país com alguma dignidade democrática a ministra Maria Luís Albuquerque já não devia fazer parte do governo (não esquecendo a responsabilidade que teve em contratos de parcerias público privadas).

Ricardo Salgado não está isolado nos seus processos de gestão.

O Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social que detém a gestão do Fundo Especial dos Seguros, com receitas próprias, não publica os Relatórios e Contas desde 2008, não respeitando a legislação em vigor. A justificação é que perderam a informação relativa ao Fundo.

O Fundo esteve anos sem pagar o subsídio de lar a muitos segurados (beneficiários). Alguns foram reembolsados de valores atrasados depois de reclamarem. Mas certamente há outros que por ignorância perderam dinheiro. Como é possível situações destas? Os milhões de euros disponíveis não terão sido utilizados para outros fins?

Discute-se muito o problema da Segurança Social, do plafonamento, de cortes nas pensões de reforma, nas actuais, que estão em pagamento, e nas futuras, a pagar aos novos reformados, com o argumento de que número de activos está a dimlnuir, que o número de utentes está a aumentar e que o país está a ter um problema grave em termos de população.

Ninguém fala sobre os montantes em dívida à Segurança Social, dos montantes utilizados para indemnizar trabalhadores por despedimento para facilitar a reconversão das empresas, dos investimentos efectuados em produtos lixo do sector financeiro e da falta de controlo sobre os critérios de utilização dos dinheiros existentes. A maior parte dos comentários sao feitos sem qualquer fundamentação, funcionam por simpatia e servem pare levar as pessoas a aceitarem o agravamento das condições de vida como inevitável.

Na primeira quinzena do mês de Setembro foi publicado um estudo sobre a população portuguesa, com informações muito importantes sobre a realidade passada, presente e perspectivas até ao ano 2040, suas implicações na economia, no investimento e na organização do território.

Foi publicado em Iivro, pela Gradiva, e tem como autores:

- Eduardo Anselmo Castro, professor no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro, especialista em técnicas de análise de apoio à informação e políticas de inovação e desenvolvimento regional. Coordena a unidade de investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas.

- Jose Manue! Martins, professor no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro, especialista em técnicas de análise de dados e economia e gestão do ambiente. Foi vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da Região Centro.

- Carlos Jorge Silva, investigador no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro, especialista em demografia e avaliação de políticas públicas.

"A Demografia e o País — Previsões cristalinas sem bola de cristal" é o título do Iivro.

Para quem procura informações para estar devidamente informado não pode ignorar este trabalho.




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